23 de janeiro de 2011

Essa força vem de dentro de você!

O ser humano, em sua maioria, gosta do conforto trazido pela tranquilidade de um dia-a-dia controlado sem grandes mudanças radicais. As mesmas tarefas e afazeres todos os dias trazem uma sensação de que está "tudo em ordem". E, tenho que confessar, é extremamente confortante essa sensação de que tudo em nossas vidas está normalizado.

Porém, na vida somos convidados a enfrentar situações diferentes do nosso cotidiano. Situações que nos desafiam e que nos fazem repensar toda a sequência de nossos afazeres para dar conta do que nos foi atarefado. E quase sempre há a preocupação do sucesso: "Será que vamos conseguir?" é a pergunta que não sai da cabeça trazendo medo e insegurança. As vezes a falta de uma resposta pode levar ao fracasso.

Existem diversas maneiras de responder à essa pergunta, mas a minha preferida possui referências bíblicas:

Lucas 5 - Tradução da Bíblia da Pastoral
Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré. A multidão se apertava ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. Jesus viu duas barcas paradas na margem do lado; os pescadores haviam desembarcado e levavam as redes.
Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, acabou de falar, disse a Simão: "Avance para águas mais profundas, e lancem as redes para a pesca."
Simão respondeu: "Mestre, tentamos a noite inteira, e não pescamos nada. Mas em atenção à tua palavra, vou lançar as redes."
Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes, que as redes se arrebentavam. Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que fossem ajudá-los.

Nossa vida é constantemente abençoada com novos desafios, mesmos em pequenas coisas que não damos atenção do nosso dia-a-dia. Sempre tenha fé de que Deus está do seu lado. Viva nEle e e deixe que Ele viva em você. Os desafios, quando encarados com fé, são vitórias, degraus que nos levam para a prosperidade.

Hebreus 11 - Tradução da Bíblia da Pastoral
A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem.
E essa força chamada fé, vem de dentro de você, do seu coração. Não importa o seu tamanho, basta que ela seja posta em Deus.

Para finalizar, assim como não devemos ser pessoas de pouca fé, pra baixo e desanimadas, também não podemos achar que somos mais do que somos. Deus nos deu a medida exata de vida para sermos o suficiente bons por Sua presença em nós.

Romanos 12:3 - Tradução da Bíblia da Pastoral
Em nome da graça que me foi concedida, eu digo a cada um de vocês: não tenham de si mesmos conceito maior do que convém, mas um conceito justo, de acordo com a fé, na medida que Deus concedeu a cada um.
Que Deus vos abençoe!



21 de março de 2010

Namoro Liquido?




NAMORO LÍQUIDO?


Maria Clara Lucchetti Bingemer,
teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio.


      
O grande pensador polones Zygmunt Bauman lançou há pouco tempo mais um livro de sua série, onde analisa a mudança introduzida pela pós-modernidade, a qual, segundo ele, torna tudo líquido.  Assim tivemos de sua pena Modernidade líquida, Vida líquida etc.

       Agora Bauman nos mostra que nem o amor escapa da liquidez própria a tudo que acontece com o mundo e às pessoas nos dias de hoje. Em Amor líquido, Bauman analisa como se dão as relações amorosas neste tempo de mudança epocal que vivemos, quando tudo que era sólido se desmanchou no ar e o amor, que era para ser sólido e gasoso, se fez líquido e agora escorre implacavelmente entre os dedos, sem que se possa retê-lo e muito menos experimentar sua consistência.

        Na véspera de comemorar o Dia dos Namorados e ainda com toda a discussão provocada pela visita do Papa e os debates originados da Conferência de Aparecida, acreditamos ser oportuno fazer algumas reflexões e considerações sobre o amor e o namoro, essa forma de vivê-lo que parecia ter vindo para ficar, mas agora parece que - para pasmo meu e de muitos - também está com os dias contados.

         Quem já namorou ou namora segundo os velhos padrões há de concordar comigo:  não há nada melhor! Paixão, falta de sono para poder continuar pensando no ser amado.  Correr ao telefone feito louca na certeza de que é ele ou ela. E ouvir a voz e suar frio e pegar na mão e suspirar. E desejar que as horas não passem para ficar mais tempo juntos, namorando, namorando e namorando.

          E quem como eu acreditou no namoro e o levou para frente viu que nem  só de escurinho do cinema vive o namoro, ou de beijos trocados e abraços roubados e juras trocadas...Quando ele se prolonga vêm as dificuldades a serem superadas, a necessidade de apoiar o outro e ficar firme ao seu lado mesmo quando não é gostoso nem fácil. Enfim, vem o compromisso que é sólido e não se desmancha no ar.  Ao contrário, vai construindo uma relação que deverá se traduzir posteriormente, se tudo der certo, em uma união estável no casamento e na formação de uma família.

           Porém, hoje assistimos ao fenômeno do que Bauman chama de “amor líquido.”  Tudo menos solidez, menos compromisso.  Hoje estou e amanhã não mais.  As relações se fazem e se desfazem com a facilidade de um click do computador. Click...conectei e tem tudo a ver. Outro click e desconectei e não tem mais nada a ver.  E vou clicar outro e conectar-me a outro ou a outra.  Que amanhã poderá não ter mais nada a ver.

           Ontem queria e agora já não quero. Hoje te beijei e amanhã não te conheço. Hoje fui tua e você foi meu, mas amanhã o líquido da relação descartável tomará a forma de outro recipiente, configurando a vida de outra pessoa...pelo espaço de alguns segundos.  Pois logo depois já será hora de clicar de novo e mudar de rumo e de pessoa.

            Não vamos negar que há uma certa coerência entre os adeptos do namoro líquido.  Eles não chamam isso que vivem de namoro.  Usam outras palavras: ficar etc. Ainda bem.  Não deixa de ser igualmente inquietante. Pois de ficada em ficada parece que são as principais vítimas da liquidez em que transformaram suas vidas.  E quando acordam para isso sentem-se dolorosamente vazios, sem sentido para viver.  Tudo que era sólido se desmanchou no ar, toda sensação conseguida no sexo da véspera, de mil faces e nomes, se liquefez e escorre apodrecido entre dedos e mãos, deixando sabor amargo na boca e no coração.

           Toda a progressão de sentimentos que a vivência de um namoro traz foi roubada e liquefeita no ralo da provisoriedade e não  se deixa mais ser buscada e experimentada. Noite de luar, beijos apaixonados, declarações parecem não mais fazer parte do vocabulário dos que tomam esta via.  Não conhecem a maravilha do namoro feito de paixão que se transforma em amor feito de carinho, ternura e compromisso, e que vai adquirindo consistência e solidez com a convivência e a entrega mútua.

           No Dia dos Namorados desejo aos jovens que namorem.  Que experimentem a delícia que é estar apaixonado e desejar passar o resto da vida fazendo feliz uma pessoa, ter filhos e construir juntos um projeto de vida.  Projeto feito de seriedade, esforço, perdão e, às vezes, dor.  Mas também de alegria, êxtase, prazer: ficar de mãos dadas, cabeça no ombro, segredo no ouvido.  E a bendita cumplicidade que permite entender-se com o olhar sem necessidade de nada mais.

             Feliz Dia dos Namorados a todos vocês. E a nós também que, embora juntos há muitíssimos anos, ainda achamos graça em jantar a dois, viajar juntos, trocar confidências, dar beijinhos.  Tudo porque investimos no sólido e não no líquido ou no gasoso que desmancha no ar.  Só posso dizer que vale a pena!



Maria Clara Bingemer é autora de "A Argila e o espírito - ensaios sobre ética, mística e poética" (Ed. Garamond), entre outros livros. (wwwusers.rdc.puc-rio.br/agape)
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IMAGEM DE CAPA

O filme Prova de Fogo (Fireproof) é uma belíssima história sobre fidelidade, amor e companheirismo. Mais um filme dos irmãos Kendrick, criadores do famoso filme Desafiando os Gigantes. Prova de Fogo está fazendo um enorme sucesso nos Estados Unidos, lotando mais de 850 salas de cinema espalhadas por todo o país, sendo muito bem aceito e elogiado pela crítica norte-americana e emocionando milhares de pessoas com sua mensagem.

O filme conta a história de um bombeiro, Caleb Holt (Kirk Cameron). Caleb é um profissional exemplar, porém em seu casamento as coisas não andam nada bem. Depois de aceitar um desafio proposto por seu pai (Através do livro diário O Desafio de Amar), a fim de salvar o seu casamento, Caleb faz um propósito e decide transformar o relacionamento com sua esposa. A partir daí, sua vida começar a mudar e Caleb consegue reacender a chama do amor em seu casamento. Prova de fogo traz ação e emoção para você e toda sua família. Com certeza irá fazer com que você veja a vida de uma maneira diferente.

22 de outubro de 2009

Adolescência


Durante a adolescência o que mais pesa no cotidiano, não é a puberdade com suas mudanças no corpo, mas sim as dúvidas do que acontecerá assim que essa fase passar.

Muitos adolescentes não imaginam o quão importante é esta fase para a formação do seu caráter após adultos. Muitos temem o que acontecerá com seu futuro a dois e profissional.

Na escada da vida esta é a fase em que os degraus parecem sumirem, deixando os adolescentes muitas vezes sem saber o que fazer de suas vidas para continuar subindo. Apenas sabe-se que no topo mora o sucesso, mas teme-se se esse sucesso será alcançado.

Então para começar a definir os passos para se obter o sucesso, é preciso entender o que é o sucesso.

O sucesso consiste em se ter um emprego ou fonte de renda empresarial que permita viver confortavelmente o suficiente para que se possa comprar uma casa, um carro e poder se manter comendo e vivendo socialmente.

Para chegar ao sucesso o segredo é bem simples: estudar e trabalhar muito! Aos adolescentes que ainda estão na escola é muito importante estudar, pois só desta forma que se conseguirá fazer uma boa faculdade. Estudar e trabalhar (sem atrapalhar os estudos) ajuda a aumentar a responsabilidade e conhecer o que se pode fazer de construtivo com dinheiro na mão. Trabalhar é opicional, estudar é fundamental.

Fazer cursos, aprender novas ferramentas de trabalho, evoluir na educação é o caminho para quem procura o sucesso. Durante a faculdade o jovem começará o passo final desse longo processo de formação pra vida. E é na adolescência que esse processo se fortalece.

A adolescência é o momento onde o homem precisa confiar nos passos que estão sendo dados "no escuro" e seguir em frente nos seus estudos e projetos de ingressar numa faculdade.

24 de março de 2006

Males do Orkut - por Dra. Patricia Peck



Quem é responsável por comunidades criminosas? Patrícia Peck responde.
A internet não é simplesmente uma rede de computadores, é sim uma rede de pessoas, e como tal, está sujeita às leis vigentes nos países nos quais as pessoas se encontram.

Como toda e qualquer tecnologia, pode ser usada para o bem, ou para o mal. Assim como a gama de produtos, serviços e conteúdos que oferece, podem ser lícitos, ou ilícitos. Às vezes, a forma de uso é que está inadequada e não a tecnologia em si.

A questão da ética e da legalidade, no uso das tecnologias é antiga no Direito. Atualmente, vivemos sob a égide das três grandes leis de TI, que são a “Lei de Moore”, sobre o poder do processamento, a “Lei de Metcalfe”, sobre estar em rede, e a “Lei de Maxwell” que explica a revolução do wireless e da mobilidade. O que significa isso? Que somadas, estas leis impactaram completamente nossas vidas e mudaram nossos comportamentos.

E como ficam então as Leis do Direito Digital, responsáveis por reger as condutas dos indivíduos, sejam pessoas físicas ou jurídicas, dentro deste cenário globalizado e em tempo real? De todas as transformações, a que gera maior conseqüência é estar em rede, que somado ao poder de processamento e a mobilidade, traz o efeito do “tempo real”, aonde a conduta de uma única pessoa pode afetar várias, em qualquer lugar do mundo.

Hoje, enfrentamos a polêmica questão trazida pelo crescimento das Comunidades Online, do tipo do Orkut. É sabido que não pode uma empresa colocar um serviço, mesmo que gratuito, disponível para usuários, e assim, infringir diversas leis, desde a Constituição Federal de 1988, que veda o anonimato, até o Código Penal no tocante aos crimes que têm sido praticados nestes ambientes.

No entanto, temos a falsa impressão de “terra de ninguém” passada pela rede, basta dar uma navegada, e após alguns cliques, pergunta-se: quem é o responsável pelos atos ilícitos cometidos através do uso desta comunidade? Até aonde vai responsabilidade do usuário e do próprio Orkut?

Ocorre que no caso do Orkut há uma série de envolvidos, bem como também de níveis de responsabilidade legal. Devemos distinguir primeiramente a responsabilidade em civil e/ou criminal e depois de acordo com quem a mesma se relaciona em termos de nexo causal, ou seja, se é o “Dono da Comunidade”, o “Participante”, a empresa prestadora do serviço “Orkut”, entre outros.

Na responsabilidade civil, o foco fundamental é o ressarcimento do dano causado, mesmo que isso seja imputado a quem não seja o legítimo causador do dano, mas que responda por quem o fez, e depois tenha então o direito de regresso contra o verdadeiro infrator.

Além disso, mesmo aquele que possui direito líquido e certo, se ultrapassar os limites da moral e dos bons costumes, também incorre em ato ilícito. É o que rezam os artigos 186 e 187 do Código Civil, junto com o de responsabilidade objetiva prevista pelo artigo 927.

Estas normas estão válidas, vigentes e se aplicam sim ao Orkut. Em que pese a alegação de que seus servidores estão em outro país, isso não o exime de responsabilidade frente as Leis Brasileiras.

Infelizmente, seu ambiente favorece os infratores. No âmbito civil as violações aos direitos da personalidade são as mais comuns, incluindo a Constituição Federal, especialmente o artigo 5º. Inciso X, que protege o direito a imagem, a honra e reputação das pessoas, bem como do Código Civil, no que tange regras contratuais de confidencialidade e sigilo, entre outras.

Já no Código Penal, a maior ocorrência são os crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação), além dos crimes contra direito autoral, uso não autorizado de marca e até concorrência desleal. Qual à responsabilidade do Orkut diante dessas infrações?

Em princípio, não há como o Orkut poder saber tudo o que está sendo feito em seus ambientes, mas ele tem sim o ônus de poder prestar informações de quem está nestas comunidades, e de retirar as mesmas do ar, imediatamente, no caso de denúncia de pratica delituosa ou conteúdo ilícito, quer seja por parte da vítima ou das autoridades, especialmente no caso de ordem judicial, já que muitas vezes não se consegue saber quem é o infrator, até mesmo para mover uma ação diretamente contra ele. Tanto é que assim tem entendido a justiça brasileira, em diversos casos.

Esta situação é agravada pois ficou comum na internet brasileira o uso de identidade falsa, o que já é um crime no Direito Brasileiro. Além disso, o provedor do serviço acaba por favorecer o anonimato, especialmente quando o mesmo é ofertado de modo gratuito, não exigindo dados de identidade e nem conferindo os mesmos, o que infringe a Constituição Federal de 1988.

Apesar de válida a afirmação de que o provedor de serviço de hospedagem não tem como garantir o conteúdo que é colocado no ar, sendo assim desconhece a licitude ou não deste conteúdo, também é certo que ao ser notificado que este hospeda conteúdo ilegal e mesmo assim nenhuma ação é tomada, responde solidariamente com o proprietário do conteúdo.

Esta situação aplica-se na imputação da responsabilidade civil referente ao Orkut, ou seja, criada uma comunidade “Fulano é ladrão” e, caso este (Fulano) notifique o Orkut requerendo a retirada do ar desta comunidade e esta solicitação não for atendida, cria-se a solidariedade entre o criador desta comunidade e o Orkut.

Há sim a responsabilidade do Dono da Comunidade e do Participante da mesma também. Que irão responder de acordo com seu envolvimento, em casos de ação, ou até mesmo de omissão, conforme reza o Direito Brasileiro.

Por isso, cabe ao usuário verificar com cautela o teor dos conteúdos das comunidades em que está participando, para não ser envolvido e responsabilizado por algum dano civil ou infração criminal.

Atualmente já há uma série de condutas digitalmente incorretas. As penas vão de mera multa, detenção e até 12 anos de reclusão, com possibilidade de se aplicar agravante de pena, uma vez que a Internet é um ambiente de comunicação social, além de demissão por justa causa, indenização, etc.

O exercício dos direitos e das liberdades depende de que tenhamos clareza sobre os limites de uso da própria tecnologia. Vale a máxima “diga-me com quem tu teclas que te direi quem és”.

Dra. Patricia Peck é advogada especialista em Direito Digital e autora do livro “Direito Digital” pela editora Saraiva.

Publicada em 23 de março de 2006 às 19h45
Atualizada em 23 de março de 2006 às 20h03
Fonte: IDGNOW!

15 de março de 2006

Depressão



O homem vive se deparando com momentos que o fazem refletir profundamente sobre sua existência. Viver é muito mais que estar presente na Terra, ter um sentido para estar aqui é fundamental.

O homem tem uma certa facilidade pra ficar triste, seja qual for o motivo, ficar triste é mais fácil que ficar feliz, há exceções! Uma vez que o homem vive, está sujeito ao desejo de ser agradado ou não.

Quando o homem ocupa seu tempo com coisas construtivas como trabalho (voluntário ou não), estudo, amor, etc, ele está mantendo sua mente ocupada e não se preocupará muito com tristezas fortes porque suas ocupações o farão esquecer seus problemas.

Mas quando a pessoa não tem ocupação para isso, os seus problemas são mais fortes, porque sua preocupação para com eles será maior, devido à ausência de outros assuntos que poderiam estar ocupando sua mente.

Muitas pessoas não encontram motivos para ser feliz, esperam encontrar felicidades em grandes momentos da vida, que podem, ou não, chegar. A depressão provoca a depressão. Quanto mais triste está uma pessoa, mais ela pensa na tristeza e mais triste ela vai ficar, em outras palavras, “nadando para o fundo do mar”.

A depressão não seria um grande problema se uma grande parte dos seres humanos soubessem achar a felicidade nas coisas simples da vida: olhar para a janela e sentir a brisa tocando no seu rosto; acordar e ver que há, no seu pulmão, fôlego para respirar; estar andando pela rua e receber um bom sorriso por ter dado um “bom dia” inesperado; ver na criança um sorriso de felicidade ao brincar livremente com seus amigos, “livres” das responsabilidades dos adultos; poder caminhar na areia do mar e senti-la entre os dedos a cada passo pisado; entre outros.

Um homem que busca sua felicidade nas coisas simples da vida terá mais momentos para se alegrar! E essas atitudes começam por mim, que fico contente só de pensar no número de pessoas que estarão mais leves depois que lerem esse texto. Depressão é só um estado de espírito.
Por Márcio Raphael

12 de março de 2006

Música retratando a vida


Cotidiano de Um Casal Feliz

Jay Vaquer

Composição: Jay Vaquer

Alguém sabe dizer o que é normal?
Pode parecer tão natural

Ele manda em tudo, em todos
curte seu poder
E deixa a esposa em casa
pra brincar no treco
de qualquer traveco
em troca de prazer
vai saber porque...ieiê
E a esposa anda malhada
fez lipoescultura
e a falta de cultura
nunca foi problema
ela tem dinheiro
pra dar e vender
lê Paulo Coelho e seicho-no-ie
vai saber porque...iê

E eles têm escravos
disfarçados de assalariados
diariamente humilhados
e levantam cedo, se arrumam apressados
têm hora marcada pra falar com Deus

Alguém sabe dizer o que é normal?
Pode parecer tão natural

Ele guarda na HD
fotos de crianças nuas, pra tirar um lazer
Curte ver aquilo quando fica só
Ela conta os passos que dá no trajeto
entre a terapia e a boca do pó

E até pensa em adotar alguma criatura,
pode ser uma criança ou um labrador
Só depende da raça, depende é da cor
que pintar primeiro..
Ele faz como ninguém a cara de quem não sabe mentir
pode admitir, pra ocupar o vazio da relação
mas com uma condição:
não quer dar banho,
nem limpar merda o dia inteiro

Eles foram ver o show da Diana Krall
que alguém falou que era genial
gritaram "uhuu" do camarote
enchendo a cara de Scotch

E eles têm escravos
disfarçados de assalariados
diariamente humilhados
e levantam cedo, se arrumam apressados
têm hora marcada pra falar com Deeeeuss!ououôô

Alguém sabe dizer o que é normal?
Pode parecer tão natural

10 de março de 2006

Amar o próximo


Certo dia, voltando da faculdade, entro no ônibus e, como de costume, olho as pessoas que estão sentadas nele, mas não encontro ninguém conhecido. Coloco, sobre meu colo, minha mochila carregando meu material de trabalho e o caderno da faculdade e o ônibus sai com alguns lugares vazios.

Ao chegar na entrada da Rua da Conceição, sobe um passageiro sorridente, feliz, olhando para todos com um olhar simpático. Confesso que fiquei feliz de ver um homem feliz naquela hora da noite, mas infelizmente eu estava muito cansado para retribuir-lhe com um “boa noite”, já que eu quase dormia no banco. O rapaz sentou-se ao lado de uma bela jovem.

Ao chegar mais à frente, em outra parada, sobe um casal de amigos mais um acompanhante, todos jovens, e sentam-se no último banco.

O ônibus era da versão micro com ar-condicionado. Bancos na direita e na esquerda do interior do veículo com uma seqüência contínua de bancos, de ponta a ponta, na última fileira.

Sentados, os jovens começaram a conversar. O rapaz que outrora entrara no ônibus sorridente, se levanta e vai até os jovens interessado em novas amizades. Ambos conversavam em tom de voz normal e todos do ônibus podiam ouvir sua conversa, já que eles eram os únicos a conversarem.

O ‘rapaz sorridente’ apresentava uma certa dificuldade fonológica, ou seja, falava com dificuldade, e isso o tornava um pouco insuportável aos jovens amigos. Perto de pessoas compreensivas, esse rapaz amistoso seria uma ótima companhia, um verdadeiro amigo, pessoa com quem você pode começar uma boa relação.

Infelizmente valores como a tolerância e o respeito estão abandonados pela maioria dos jovens que só se preocupam consigo mesmos e com as “baladas da hora”.

Os jovens não souberam aproveitar a amizade desse rapaz e um deles, lamentavelmente, falou pra esse rapaz palavras depreciativas e excludentes. Sua intenção era chamar a atenção da moça que o acompanhava, que ria com suas piadas infames.

A simpatia do ‘rapaz sorridente’ era tão grande, que, ao descer do ônibus, ele ainda acenou se despedindo dos jovens que o desprezaram no ônibus. Uma cena comovente e que mostra o caráter da nova geração se não fizermos alguma coisa.

Professores, pais, educadores, amigos... Nossas atitudes influenciam nossos ouvintes. Precisamos ser éticos, honestos, amigos, os mais corretos possíveis, mesmo que o mundo não mereça, mas por amor ao próximo e aos nossos descendentes.

Sentimentos tão puros, como o da amizade e o do amor, não podem ser maltratados, nem muito menos massacrados pela ignorância e intolerância.

A Bíblia nunca esteve tão certa quando pediu: “Amai o próximo como a ti mesmo e a Deus acima de todas as coisas.”
Por Márcio Raphael

9 de março de 2006

Carta a um professor


Prezado Professor/a,

Eu sou um sobrevivente de um campo de concentração.
Meus olhos viram o que nenhum homem deveria presenciar:
Câmaras de gás contruídas por engenheiros instruídos;
Crianças envenenadas por médicos profissionais;
Crianças mortas por enfermeiros profissionais;
Mulheres e crianças mortas com tiros e queimados por graduados nas altas escolas maiores e universidades.
Assim é porque eu suspeito da educação.
A minha petição é: ajuda a teus alunos para que cheguem a ser humanos.
Teus esforços nunca devem produzir montros, espertos psicopatas, futuros Eichmans.
Ler, escrever, calcular... são importantes só se servem para fazer os nossos filhos mais humanos.


PEACE-BUILDING. The review on the Peace Education Comission, International Peace Research Association (1996) N.3

8 de março de 2006

Beleza

Aprendamos com a natureza o verdadeiro significado de beleza, valorizando cada detalhe de nossa raça, cada entalhe desenhado pela natureza em nossa pele e em nossas emoções.

A preocupação com a opinião alheia sobe a cabeça dos mais vaidosos que se preocupam, cada vez mais, em chamar atenção. Chamar de atenção de quem? Pra que? As respostas a essas e outras perguntas, relacionadas a este assunto, apontam para diversas direções e chamam um estudo mais aprofundado na área da psicologia.
Uma vez, crianças, aprendemos que para ser aceito em um grupo de amigos precisávamos nos adequar a uma série de regras. Da juventude para a fase adulta o ser humano descobre-se o suficiente para liberta-se, ou não, das amarras psicológicas que o prendem à necessidade de pensar no outro antes de si mesmo. Essas amarras podem causar problemas mais sérios no futuro, se ainda as tem, livre-se delas.
O mundo moderno desenvolveu, com novas técnicas, a continuação da ‘beleza a todo custo’ criada em meados da década de 60. Cada vez mais pessoas preocupam-se em ter sua beleza exterior destacada a fim de conquistar o par ideal, ganhar dinheiro com sua aparência num mercado que glorifica a imagem e a beleza, poder se encher de orgulho ao olhar na frente do espelho ou pelo simples prazer de “estar à frente da concorrência”!
Um milênio novo começou e a sexualidade nunca foi tão explorada no mercado da imagem. Mulheres e homens que posam nus em nome da arte, e, cá entre nós, com ou sem Photoshop sempre alcançam seu objetivo. Propagandas de cerveja são campeãs no uso dessas novas “tecnologias” e com o apoio da mídia vão longe!
E o coração? Vai bem?
A educação do homem é influenciada diretamente pela televisão, internet e jogos refletindo na sua formação moral. A escola ainda luta contra a mídia no ensino dos valores de um ser humano, mas a educação desenducativa imposta pelas mídias tem mais força dentro da maioria dos lares terráqueos.
De vez em quando é bom olhar pra dentro de nós mesmos e enxergar a beleza que há em nós. Viemos ao mundo como somos, ele é que tem se moldar à nossa vontade. A primeira pessoa que deve ser amada, depois dos nossos pais e dos nossos irmãos, somos nós mesmos.
Crescer nosso interior está acima do crescimento do nosso exterior. É necessário manter um equilíbrio entre o nosso exterior e o nosso interior para que possamos viver em harmonia conosco e com o meio em que vivemos.

Você já parou pra pensar no por que da borboleta voa tão feliz, ou no por que de um beija-flor ser tão sedutor ao voar flexivelmente? Porque eles se amam! Vivem para si antes de viver para os outros. Aprendamos com a natureza, de onde nós pertencemos, o que é viver! O que é realmente belo ou não!
Beleza é fundamental! Saber olhar a beleza, onde quer que ela esteja, é viver!

Por Márcio Raphael

5 de março de 2006

A Internet não é ringue


Você já discutiu relação por e-mail? Não discuta. O correio eletrônico é uma arma de destruição de massa (cerebral) em caso de conflito. Quer discutir? Quer quebrar o pau, dizer tudo o que sente, mandar ver, detonar a outra parte? Faça isso a sós, em ambiente fechado. Pessoalmente a coisa pode pegar fogo, até sair agressão verbal e mesmo física. Mas a chance maior é que vocês terminem praticando o melhor sexo do mundo e trocando juras de amor eterno.

Brigar por e-mail é muito perigoso. Existe pelo menos um par de boas razões para isso. A primeira é que você não está na frente da pessoa. Ela não é “humana” a distância, ela é a soma de todos os defeitos. A segunda razão é que você mesmo também perde a dimensão de sua própria humanidade. Pelo e-mail as emoções ficam no freezer e a cabeça no microondas. Ao vivo, um olhar ou um sorriso fazem toda a diferença. No e-mail todo mundo localiza “risos”, mas ninguém descreve “choro”.

Eu sei disso, porque cometi esse erro. Várias vezes. Nunca mais cometerei, espero. Principalmente quando você ama de verdade a pessoa do outro lado. Um tiroteio de mensagens escritas tende à catástrofe. Quando você fala na cara, as palavras ficam no ar e na memória, e uma hora acabam sumindo de ambos. “Eu não me lembro de ter dito isso” é um bom argumento para esfriar as tensões. Palavras escritas ficam. Podem ser relidas muitas vezes.

Ao vivo, você agüenta berros te mandando ir para e/ou tomar em algum lugar. Responde no mesmo tom rasteiro. E segue em frente. Por e-mail, cada frase ofensiva tende a ser encarada como um desafio para que outra parte escolha a arma mais poderosa destinada ao ponto mais fraco do “adversário”. Essa resposta letal gera uma contra-resposta capaz de abalar os alicerces do edifício, o que exigirá uma contra-contra-resposta surpreendente e devastadora. Assim funciona o ser humano, seja com mensagens, seja com bombas nucleares.

Ao vivo, um pode sentir a fraqueza do outro e eventualmente ter o nobre gesto de procurar poupar aquelas trilhas de sofrimento e rancor. Ao vivo, o coração comanda. Por e-mail é o cérebro que dá as cartas. E só Deus sabe o quanto podemos ser inconseqüentes e cruéis quando entregamos o poder ao nosso segundo órgão preferido, segunda a sábia definição de Woody Allen.

E tem o fator fermentação. Você recebe um e-mail hostil. Passa horas intermináveis imaginando qual será a terrível, destrutiva resposta que vai dar. Seu cérebro ferve com os verbos contundentes e adjetivos cruéis que serão usados no reply. Aí você escreve, e reescreve, e reescreve de novo, e a cada nova versão seu texto está mais colérico, e horas se passam de refinamento bélico do texto até que você decida apertar o botão do Juízo Final, no caso o Enviar. Começam então as dolorosas horas de espera pela resposta à sua artilharia pesada. É uma angústia saber que você agora é o alvo, imaginar que armas serão usadas. E dependendo do estado de deterioração das relações, você poderá enlouquecer a ponto de imaginar a resposta que vai dar à mensagem que ainda nem chegou.

É por isso que eu aconselho, especialmente aos mais jovens: se for para mandar mensagens de amizade, se é para elogiar, se é para declarar amor, use e abuse dos meios digitais. E-mail, messenger, chat, scraps, o que aparecer. Mas se for para brigar, brigue pessoalmente. A não ser, claro, que você queira que o rompimento seja definitivo. Aí é só abrir uma nova mensagem e deixar o veneno seguir o cursor.


Por Dagomir Marquezi
revista info exame, jan 2006

2 de março de 2006

... a praia ...


A noite estava fria, deserta e mansa. As ondas do mar batiam serenas, transmitindo tranqüilidade e conforto, enfim, a noite estava agradável. Quase. O vento soprava com pouca força, mas trazia com ele uma fina chuva que gelava o corpo, deixando meus pensamentos e movimentos dolorosos. Mesmo assim, eu caminhava pela areia, com o pensamento distante.

A praia, desde pequeno, foi meu lugar de reflexão e desabafo com a natureza. Ela é testemunha de muitas coisas boas e ruins que aconteceram na minha vida. Naquele momento, o que menos importava era a situação política mundial, a fome no mundo, soluções para a violência ou o trabalho, mas sim, meu interior, eu. Eu e Deus. E ali era o melhor lugar pra eu fazer isso, afinal, estava longe de tudo e de todos. Estava no meu “pequeno paraíso”.

As horas passavam e eu nem notara isso acontecer, eu estava longe. Meu corpo ali se fazia presente, mas minha mente viajava por lugares aonde meu corpo jamais iria.
Eu continuava a caminhar e meus passos marcavam a areia com pegadas fundas, pegadas estas que seriam apagadas pela água do mar depois de uma forte onda “socar” a areia como se descontasse sua raiva sobre a terra.

O caminhar na areia parece inútil, afinal, as pegadas que deixei, que provariam minha passagem por ali, foram apagadas pelas águas. Mas isso não me desanima, porquê os maiores tesouros que estou ganhando são as experiências, as idéias, os pensamentos, os desejos e sonhos que transitam na minha mente tornando-a mais forte. Afinal, qual a necessidade de provar minha passagem pela praia para os outros se o único interessado nela sou eu? Pode vir a onda apagar minhas pegadas e lavar o passado da areia, mas ela não vai apagar o que há de mais precioso no ser humano: sua essência, sua experiência; sua vida.

Meu caminhar pela praia estava chegando ao seu clímax quando, de repente, minha esposa, com quem sou casado há mais de vinte anos, me grita chorando:

_ Querido, corre aqui! O Paulinho está passando mal! Muito mal! Temos que procurar um médico e rápido!

Entrei no carro, que estava parado na beira da praia com minha esposa e filho dentro, e fomos direto pro hospital.

Hoje estou, mais uma vez na praia, caminhando... Ganhando mais um pouco de experiência e força. Pensando, refletindo. Fazendo valer a pena meu dia de sábado. Tentando curar um coração amargo, ferido..., vazio com a perda do único filho que meu amor me deu. Eu o verei de novo..., mas não agora. Não agora.

Mais uma vez estou na praia, mais uma vez caminhando, pensando, refletindo..., curando-me; aprendendo.

Autor: Márcio Raphael

1 de março de 2006

União familiar


Felizmente antigos valores estão tomando lugar
na sociedade contemporânea, devolvendo aos
jovens a segurança de um lar unido.

Infelizmente a união matrimonial, a instituição famíliar,
começou a assustar algumas pessoas com suas ligações
judiciais e com a degradação de diversos valores éticos
mantidos, em várias vezes, hipócritamente pela igreja.

Os valores familiares foram deixados para trás dando lugar a uma
ideologia voltada para a liberdade. Alguns chamam isso de renovação
da estrutura familiar.
Realmente essa estrutura mudou: a sociedade abriu os olhos
para as uniões homossexuais e quebrou um tabu criado
pela igreja durante séculos.

Mesmo com a diversificação de uniões de casais presente
hoje em dia, a preocupação com a criação e a educação
dos filhos continua sendo um grande desafio para as
diversas gerações de casais, homossexuais ou não.

As drogas, a violência e outros males como doenças e acidentes
são alguns dos pesadelos que assombram diariamente pais e filhos.
E a base mais sólida para prevenir que a educação da
família seja satisfatória é a união familiar.

A confiança de uma família, a segurança do pais,
o ombro amigo dos irmãos são alguns exemplos de que a família
são os melhores psicólogos de uma pessoa.

Aos poucos a sociedade está acordando, e vendo que os valores
divulgados pelas mídias e ovacionados pelos liberais nem sempre
são o que eles realmente dizer ser.

Oxalá a nova geração olhar a família como sua melhor amiga,
sempre!

Autor: Márcio Raphael





28 de fevereiro de 2006

Eterna Formação


Nascemos, logo precisamos aprender a viver.
Num Mundo cada vez mais competitivo
abrindo espaço para novos horizontes
e antigas discriminações, precisamos estar
atualizados para que não "nos deixem para trás".

Desde pequenos aprendemos a viver num
sistema excludente e "canibal".
Ao entrar na adolescência nossos olhos se assustam
com as novas descobertas, boas e ruins, que desenvol-
vem dúvidas que nos levam a tomar decisões
sem mesmo saber se elas são boas ou não.
Como se não bastasse a inadiplência de alguns
pais na educação de seus filhos, a mídia,
cada vez mais forte e voraz, acostuma nossos
adolescentes com vícios consumistas e
alienadores.

Passando por essa fase, nos tornamos jovens
e buscamos, com mais força, respostas para essas questões.
Alguns desenvolvem suas respostas se baseando
em suas experiências de vida, outros optam por
viver as respostas criadas por outroas pessoas.

E quando a idade adulta chega, a tal formação que o homem
sonhava encontrar é desmascarada e o homem vê que
a utopia "formado" é apenas uma expressão motivadora
que o faz enxergar o que ele só vai ver no fim da sua vida:
"A luz no fim do túnel".

A fase adulta traz consigo aprendizados mais experientes
para aperfeiçoamento e prática do caráter do homem.
É a hora em que o homem se reproduz e ensina
sua cria a viver no mundo assim como aprendeu
com seus pais.

E quando chega a velhice, vê ou não, o resultado
de sua vida: "O filho criado!"
Com toda sua experiência, o idoso continua aprendendo
com a nova geração e suas novas ivenções...

Será que depois da morte ainda teremos que aprender
a viver a morte?

Eu vivo me formando, crescendo nesse mundo canibal,
me fortalecendo pra hora em que me unirei
a outra humana e juntos criaremos nossos filhos.

Muitos são um grão de areia na estrada da humanidade.
Faça a diferença, seja uma semente.

Autor: Márcio Raphael.